Comando recusa os 6% de reajuste e anuncia decisão de fazer greve
Os bancários decidiram nesta terça-feira (04/09) que darão início no dia
18 a greve nacional, por tempo indeterminado. A decisão foi anunciada
depois da frustração com a não apresentação de nova proposta dos bancos
em negociação com o Comando Nacional dos Bancários.
Diante do impasse, o Comando definiu calendário de mobilização que
aponta para a realização de assembléias no dia 12, para deflagrar greve
por tempo indeterminado a partir do dia 18, com assembleias
organizativas no dia 17.
A rodada de negociação durou menos de meia hora. Contrariando as
expectativas de que colocariam novos avanços na mesa, os bancos
mantiveram a proposta de 6% de reajuste (aproximadamente 0,7% de aumento
real) apresentada no dia 28 de agosto.
"Com essa postura
intransigente, os bancos empurram os bancários para a greve. Eles não
mudaram de posição nem depois da divulgação da pesquisa do Dieese na
semana passada revelando que 97% das categorias profissionais fecharam
acordo com reajustes acima da inflação no primeiro semestre. Portanto, o
sistema financeiro, o mais dinâmico e rentável da economia, tem
condições de atender à reivindicação de aumento real de 5%", declarou
Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando
Nacional.
"Se setores econômicos sem a mesma pujança estão concedendo aumentos
reais, os bancos podem muito mais. Somente os seis maiores bancos
lucraram R$ 25,2 bilhões no primeiro semestre e ainda provisionaram R$
39,15 bilhões para devedores duvidosos, um grande exagero para uma
inadimplência que cresceu apenas 0,7 ponto percentual no período",
afirma Carlos Cordeiro.
O presidente do Sindicato dos Bancários de Campos, Rafaneli Alves
confirmou a mobilização na região e que os avisos já vinham sendo
feitos. “Hoje os banqueiros iriam apresentar uma contraproposta além dos
6%, que não foram aceitos, na semana passada, no dia 28”.
A categoria reivindica 10,25% de reajuste salarial, composto de aumento
real de 5% mais a reposição da inflação projetada para o período, de 5%,
além de piso salarial de R$ 2.416,38. A data-base da categoria é 1º de
setembro.
Também estão entre as principais reivindicações econômicas dos bancários
Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais
parcela fixa adicional de R$ 4.961,25, e vales refeição, alimentação e
auxílio-creche no valor de R$ 622 cada. A categoria também quer fim das
metas abusivas, mais contratações, o fim das terceirizações e o
cumprimento da jornada de 6 horas.
Fonte: site Ururau
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