terça-feira, 24 de abril de 2012

VIRGEM AOS 82 ANOS QUER ARRUMAR NAMORADA



  Ele nunca amou, nunca sentiu o calor de um beijo, nunca viu estrelinhas de dia, nunca sentiu seu corpo trêmulo ao ver uma mulher despida, não sabe o que é prazer sexual e desconhece por que “o amor é um fogo que arde sem se ver”. José Carlos Madalena Rosa, conhecido como “Zé Babão”, mora em Atafona – SJB e é totalmente virgem, pois nunca sentiu o gosto de um beijo. Ele está à procura de uma namorada para que possam viver juntos até que a morte os separe.
       
“Caso até com ela se for preciso. Não quero é ficar sozinho. A solidão tem me incomodado muito, principalmente porque a idade está chegando e descobri que não tenho ninguém na vida: nem pai, nem família e ninguém para me ouvir”.

“Zé Babão” não tem residência fixa, mora em um cantinho dentro de um frigorífico emprestado por um amigo. Toma banho na casa de um, na casa de outro, anda limpinho e de forma humilde. Vive de sua aposentadoria de um salário mínimo, que lhe garante sobreviver e não deixar faltar nada para sua futura esposa, principalmente sua alimentação.

“Zé Babão” acha que não consegue arrumar namorada porque, como ele mesmo diz “eu sou muito feito e ninguém quer saber de mim”. Ele não se conforma com o grande par de orelhas que tem sua pele bastante enrugada e bem corcundo. Precisaria de várias cirurgias para colocá-lo com uma postura correta e esticar a face, mas ele disse que quem gostar dele tem que ser assim mesmo, do jeito que é, pois é feliz assim.

Ele conta que certa vez apareceu uma mulher querendo namorá-lo, mas que tinha problemas mentais. Ela chegou a sua casa e foi logo tirando a roupa. Assustado, ele acabou se escondendo embaixo da cama até que ela fosse embora. “Sou macho”, disse ele, com voz alta para não ficar dúvidas, só que a mulher o assustou. Ele ainda não sabe fazer as coisas direito, apenas imagina. Nunca deu um beijo na boca, e disse não saber o que fazer com a língua, mas acredita que conseguirá, assim que encontrar a pessoa certa.

“Zé Babão diz que não entende porque não consegue encontrar sua cara metade e viver feliz o resto de sua vida. “Sou um homem bom, sem maldade no coração e desejo sempre o melhor para as pessoas. Por que não consigo arrumar ninguém? “Acho que grande parte da culpa vem dos meus pais que eram muitos feitos e isso acabou sobrando para mim.”, desabafou emocionado.
                    Às vezes, Zé Babão perde a esperança, mas depois acredita que Deus ainda vai fazê-lo muito feliz. Com o salário que recebe, ele disse que dá para sustentar sua esposa e promete lhe dar uma vida digna, arrumando até uma casa para os dois. Quem achar que Zé tem alguma chance, basta  procurá-lo em Atafona, onde todos o conhecem.

“Zé Babão” é apenas exigente: ele não quer mulher com filhos, com problemas mentais e que já tenha sido casada. A preferência seria mulheres na faixa de 30 a 60 anos e que fosse principalmente virgem. Como não falta “Um chinelo velho para um pé torto”, Zé acredita que vai conseguir encontrar esta pessoa e vai descobrir o sabor de um beijo, o gosto de sentir prazer sexual e ver “estrelinhas”, mesmo de dia.

CONCURSO - Em mais de dez concursos que José Carlos participou, realizado na região, principalmente em Atafona, onde reside, ele já ganhou todos eles como o homem mais feio, e isso não o deixa triste, pelo contrário, ele conta essas histórias com orgulho e para todos que querem ouvir e diz que é feliz assim mesmo, do jeito que Deus o colocou no mundo. 

Ao ser fotografado, ele perguntou? Quer com chapéu ou sorrindo, como fico mais bonito? A pergunta foi difícil para ser respondida, mas as fotos foram tiradas com e sem chapéu. Logo em seguida, ele colocou fumo de rolo em sua boca e começou a babar desabafando:

“Espero que alguém compreenda a minha solidão e a minha tristeza e venha se juntar a mim. Deixo a minha pensão para quem vier morar e cuidar de mim até o dia que eu morrer. Eu quero apenas encontrar um verdadeiro amor e acabar com esta solidão que me faz sofrer tanto”, conclui.

Por Márcia Lemos

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