Aumentar preço em 10% fez mortes atribuíveis ao álcool caírem 32%.
O aumento de 10% no preço mínimo das bebidas alcoólicas pode levar à
queda imediata e significativa no número de mortes ligadas ao seu
consumo. No caso de mortes totalmente atribuíveis ao álcool, houve
redução de 32% após a elevação dos preços, aponta um estudo realizado
pela Universidade de Vitória, no Canadá.
Os cientistas avaliaram os resultados da pesquisa, divulgada nesta
quinta-feira (7), como "significativos e substanciais". Eles descobriram
que as mortes causadas pelo álcool na província canadense da Colúmbia
Britânica, entre 2002 e 2009, caíram quando o preço mínimo das bebidas
subiu. O número, no entanto, aumentou após serem abertas mais lojas para
a venda dos produtos alcoólicos na província.
Aumento de 10% no preço mínimo de bebidas alcoólicas pode reduzir mortes (Foto: Philippe Huguen/AFP)
"Este estudo traz mais evidências científicas de que, apesar da opinião
popular contrária, até os bebedores mais compulsivos reduzem o seu
consumo quando o preço mínimo da bebida aumenta", disse um dos autores
do estudo, o pesquisador Tim Stockwell, do Centro de Pesquisas sobre
Vícios na Colúmbia Britânica, da Universidade de Vitória.
Os dados vão ser analisados por autoridades responsáveis por formular
políticas sobre bebidas alcoólicas, especialmente na Grã-Bretanha, onde o
governo planeja introduzir um preço mínimo para o álcool, num esforço
para tentar coibir seu consumo excessivo. Os Estados Unidos atualmente
não estipulam um preço mínimo para bebidas alcoólicas.
Contribuição importante
John Holmes, do grupo de pesquisa sobre o álcool na Universidade de Sheffield, na Grã-Bretanha, disse que o estudo é uma contribuição importante para definir evidências sobre os efeitos do preço mínimo do álcool.
A pesquisa é, também, um "forte indício de que a política tem reduzido
os níveis de consumo daqueles que bebem em níveis perigosos e
prejudiciais", afirmou Holmes. O estudo foi publicado na revista
científica "Addiction".
A equipe de Stockwell examinou três categorias de mortes ligados ao
álcool: aguda, crônica e totalmente atribuível ao álcool. Foram
analisadas as taxas de mortalidade ao longo de um período de tempo,
comparando-as com os preços mínimos definidos pelo governo para bebidas
alcoólicas.
Problema complexo
O estudo se mostrou complexo porque, na Colúmbia Britânica, a venda de bebidas alcoólicas foi parcialmente privatizada, após um período em que foi controlada pelo governo por meio do comércio em lojas estatais. A mudança levou a um aumento substancial na oferta de bebida no mercado.
Quedas significativas no número de mortes crônicas associadas às
bebidas alcoólicas também foram detectadas entre dois e três anos depois
do aumento de preços mínimos.
Ao mesmo tempo, um aumento de 10% no número de lojas particulares de
bebidas na província foi relacionado ao crescimento de 2% nas taxas de
mortalidade associada total, crônica ou agudamente ao consumo de álcool.
Fonte: G1
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