E x c l u s i v o Campos 24 Horas
Entrevista / Patrícia
Cordeiro_____________________________
Presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima
Presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima
Em plena temporada da 8ª Bienal
do Livro, a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Patrícia
Cordeiro, solta o verbo e coloca os pingos nos is, sem indireta tipo “para quem
sabe ler um pingo é letra” em entrevista exclusiva ao Campos 24 Horas. Fala para aqueles
que usam a mídia para críticas, segundo ela, nada construtivas, sem fundamento
e com fins políticos, tudo isso partindo de pessoas que afirma serem
desinteressadas em conhecer a política cultural desenvolvida no município, além
disso, desprovidas de qualquer conhecimento de causa. E a todo momento desafia
essas pessoas a provarem o que falam, já que cabe a quem acusa, o ônus da
prova.
Patrícia Cordeiro acrescenta que a
maioria das críticas tem nome e sobrenome, vindas de pessoas que já tiveram
oportunidade de fazer algo bom e não tiveram zelo com o dinheiro público.
Acredita que os ataques se devem a sua participação em um grupo cujo líder
político seja um dos mais influentes do país, com pretensões políticas bem
avaliadas. E também questiona: “Será que esses críticos já visitaram, pelo
menos, uma das nossas Casas de Cultura? Conhecem o nosso Museu, que já alcançou
45 mil visitações? Sabe que o bailarino campista Leonardo Martins conquistou
medalha de ouro em Berlim e foi selecionado durante Congresso de Dança e
Concurso Internacional de Dança, promovido em Campos?”
Campos 24 Horas – Dentro de toda essa celeuma, o que a
preocupa?
Patrícia Cordeiro– A leviandade de quem fala do que não
conhece, como por exemplo, como funciona o mercado de shows nacionais e locais.
Nunca se ouviu tanta bobagem a troco de politicagem barata, fugindo do campo
das ideias para a fofoca. Entre as fofocas, a de que o cantor Luan Santana
teria cobrado cachê de R$ 180 mil em Macaé, menos do que em Campos e, na
verdade, o escritório dele apresentou e-mail explicando que a data do show lá
foi fechada pela gravadora por R$ 282 mil. A mesma fofoca sobre o cantor
Thiaguinho, que disseram que aqui foi mais caro e o seu escritório contradisse
o valor citado. Gente, se quiserem saber valor, é só ligar para os escritórios
dos artistas…
C24H – Então não há superfaturamento como alguns
dizem?
Patrícia – Os shows são contratados na forma da lei,
atendendo às exigências do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e respeitando os
critérios do mercado. Eu desafio essas pessoas a provarem alguma coisa ilegal,
de valores fora do mercado. Para isso, a gente estuda a logística da turnê do
artista, respeitando o princípio da economicidade, o que faz com que o show
fique mais em conta. Essas pessoas que criticam por criticar já fizeram parte
de grupos políticos que têm história de destruição da cultura, como a destruição
do Teatro Trianon, Teatro de Bolso, Jardim do Alah e muito mais. Agora querem
desconstruir o que está sendo construído e aprovado pela população.
C24H– E quanto às bandas locais? Algumas críticas
são de que há favorecimento de umas em detrimento a outras…
Patrícia – Eu continuo desafiando a quem faz esse tipo
de fofoca, para mim isso não é crítica. Quem tiver provas de irregularidade
neste sentido, que apresente. Essa semana mesmo os músicos que trabalham de
forma profissional (mais de 80) participaram de um abaixo-assinado, publicado
em jornal, de apoio a mim. O que é estranho em meio a essa fofoca é que nenhum
músico tenha se pronunciado em relação a isso e, por outro lado, estranhos à
área cultural venham falando, principalmente do meu marido, que tem 30 anos de
profissão nesta área.
C24H – A Câmara Municipal de Vereadores também a
questionou sobre esses assuntos?
Patrícia – Oficialmente não. Só uma vez que o vereador
Rafael Diniz quis algumas informações, sem prazo para respostas, tipo quantos
shows aconteceram no Farol, valores e eventos realizados. Mas todos os shows
foram amplamente divulgados há época e valores e eventos estampados no Diário
Oficial do Município e no Portal da Transparência. Ou seja, está tudo
devidamente registrado. Pior ainda é a falta de respeito nisso tudo. O vereador
Marcão, por exemplo, se refere a mim como PC Farias, uma pessoa que tem
uma história grave, com começo, meio e um fim trágico. Uma colocação muito
infeliz…
C24H – E porque você ainda não compareceu na
Câmara?
Patrícia – As decisões do meu grupo são tomadas em
consenso e assim como os meus colegas secretários, também irei à Câmara, mas
para apresentar os inúmeros programas e projetos desenvolvidos, todos com
participação intensa da população. E tenho certeza que aqueles que fazem esse
tipo de fofoca, desconhecem. Estarei lá para falar da Superintendente de
Igualdade Racial, que inscreveu mais de 2 mil alunos para o Pré Vest, Pré IFF,
inglês e espanhol técnico, oficinas de ballet, judô, violão e teclado. Para
falar do Curso Livre de Teatro, oferecido no Museu Histórico de Campos, com
participação de mais de 80 jovens. Para falar do plano de trabalho da Companhia
de Dança e da Orquestra Sinfônica Municipal, que foi ampliado, onde os alunos
receberão figurinos e outros incentivos que auxiliarão no crescimento
profissional dos jovens. E muito mais…
C24H– Fugindo da pessoa Patrícia Cordeiro, o que
você atribui alguns ataques direcionados à política cultural?
Patrícia – Primeiro, esses ataques a que você se
refere, são concentrados e partem de um grupo muito restrito que, volto a
dizer, não conhece a política cultural do município e tão pouco prestigia o que
acontece aqui. Agora você pergunta a comunidade carnavalesca, por exemplo, o
que acha do Campos Folia, uma festa popular que o governo vem
profissionalizando. No passado o Carnaval era no Centro da cidade, feito de
forma desorganizada, sem acomodação e estrutura, realizado a revelia dos
comerciantes que chegaram a pedir as autoridades da época que não mais
realizasse a festa ali. Agora as pessoas podem assistir a um belo espetáculo
popular, em condições dignas. Isso é respeitar a população…
C24H – Não posso deixar de falar sobre o ex
superintendente da Fundação Trianon, João Vicente, que também tem feito
críticas a Patrícia Cordeiro e a política cultural…
Patrícia – Eu custo a acreditar que alguém tenha
levado a sério tudo o que ele falou. Eu convivi pouco com ele, uma pessoa que
dizia que estava desatualizada com as questões administrativas e que ficava
mais seguro quando dividia as ações comigo. Sempre me tratou com muito carinho
e nunca questionou nada de irregularidade. Inclusive, no episódio da suspensão
do espetáculo Bonitinha mais Ordinária, devido a sua pouca frequência no teatro
por causa de suas várias atividades, aliada ao despreparo administrativo, fez
com que o espetáculo fosse suspenso. A parte burocrática ficou prejudicada,
porque faltou documentação, que não foi exigida por ele. Depois, toda a
discussão de censura religiosa não passou de bobagem, fruto da própria omissão
de João Vicente, que não foi e nem vai a público dizer que errou. Mas no final
do ano fizemos a Semana Nelson Rodrigues, inclusive com a peça Vestido de
Noiva. Esse é outro desafio que eu faço: Que João Vicente apresente provas
documentais de irregularidades. Achar qualquer um pode achar. Até ele.
C24H – Você já respondeu a algum questionamento no
Ministério Público?
Patrícia – Sim, com documentos e provas e já recebi
informe de arquivamento, por falta de consistência. Aproveito para dizer que me
causa estranheza a falta de respeito como o MP é tratado pelas pessoas que
apresentam falsas denúncias e, ainda, cobram do órgão como se ele não fosse
sério. E, o pior, obrigado a investigar fofocas. Na ânsia de ganhar espaço na
mídia, as pessoas acabam perdendo o bom senso.
C24H – Já que a senhora disse que quer ir à Câmara
apresentar programas e projetos, pode adiantar os novos?
Patrícia – Estamos para lançar um documentário (com
película de cinema) sobre José Cândido de Carvalho, figura que será o
homenageado da 8ª Bienal do Livro. Vida e obra do escritor será disponibilizada
para pesquisa na rede municipal, nos museus e bibliotecas locais e, também, na
Biblioteca Nacional. Dentro da programação da Bienal, anunciaremos a Escola de
Cinema e Teatro, a Escola de Carnaval, entre outras novidades. Fora isso, o
nosso Arquivo Público Municipal, referência na recuperação de documentos
históricos no interior do estado e destaque no Brasil, dará inicio ao trabalho
de restauração dos altares de Santo Miguel e Nossa Senhora das Dores, que
estavam sob tutela do Museu Histórico Nacional e foram encontrados pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em antiquário. O
Teatro Trianon abre a temporada este mês e a agenda deste ano será composta de
musicais, espetáculos teatrais e dança. Ainda este ano será inaugurado o novo
Teatro de Bolso Procópio Ferreira e será aberto para as produções locais,
conforme orientação da Prefeita Rosinha Garotinho. Já a Casa de Cultura Antônio
Silva vai realizar exposição sobre a vida do poeta que dá nome ao equipamento
cultural. Várias atividades também serão desenvolvidas na Casa de Cultura José
Cândido de Carvalho, em Goitacazes.
C24H – Para fechar, o que pode falar para essas
pessoas que você aponta como caluniadoras?
Patrícia – Eu respondo com trabalho, não tenho tempo
para fofocas. Eles que terão que responder e na Justiça, porque estou
processando todos por calúnia, difamação e outros. Meu compromisso com o grupo
político que atuo sempre foi de trabalho, não é midiático. Eu gosto de gente,
aliás, uma característica desse grupo. Serei sempre para o grupo uma pessoa de
confiança, com ou sem cargo.
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Postado por Fabiano Venancio
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