segunda-feira, 12 de maio de 2014

Patrícia Cordeiro: preço de shows, João Vicente, bandas locais, política cultural…

E x c l u s i v o Campos 24 Horas






Entrevista  / Patrícia Cordeiro_____________________________
Presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima

Em  plena temporada da 8ª Bienal do Livro, a presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Patrícia Cordeiro, solta o verbo e coloca os pingos nos is, sem indireta tipo “para quem sabe ler um pingo é letra” em entrevista exclusiva ao Campos 24 Horas. Fala para aqueles que usam a mídia para críticas, segundo ela, nada construtivas, sem fundamento e com fins políticos, tudo isso partindo de pessoas que afirma serem desinteressadas em conhecer a política cultural desenvolvida no município, além disso, desprovidas de qualquer conhecimento de causa. E a todo momento desafia essas pessoas a provarem o que falam, já que cabe a quem acusa, o ônus da prova.

Patrícia Cordeiro acrescenta que a maioria das críticas tem nome e sobrenome, vindas de pessoas que já tiveram oportunidade de fazer algo bom e não tiveram zelo com o dinheiro público. Acredita que os ataques se devem a sua participação em um grupo cujo líder político seja um dos mais influentes do país, com pretensões políticas bem avaliadas. E também questiona: “Será que esses críticos já visitaram, pelo menos, uma das nossas Casas de Cultura? Conhecem o nosso Museu, que já alcançou 45 mil visitações? Sabe que o bailarino campista Leonardo Martins conquistou medalha de ouro em Berlim e foi selecionado durante Congresso de Dança e Concurso Internacional de Dança, promovido em Campos?”

Campos 24 Horas – Dentro de toda essa celeuma, o que a preocupa?

Patrícia Cordeiro– A leviandade de quem fala do que não conhece, como por exemplo, como funciona o mercado de shows nacionais e locais. Nunca se ouviu tanta bobagem a troco de politicagem barata, fugindo do campo das ideias para a fofoca. Entre as fofocas, a de que o cantor Luan Santana teria cobrado cachê de R$ 180 mil em Macaé, menos do que em Campos e, na verdade, o escritório dele apresentou e-mail explicando que a data do show lá foi fechada pela gravadora por R$ 282 mil. A mesma fofoca sobre o cantor Thiaguinho, que disseram que aqui foi mais caro e o seu escritório contradisse o valor citado. Gente, se quiserem saber valor, é só ligar para os escritórios dos artistas…
C24H – Então não há superfaturamento como alguns dizem?

Patrícia – Os shows são contratados na forma da lei, atendendo às exigências do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e respeitando os critérios do mercado. Eu desafio essas pessoas a provarem alguma coisa ilegal, de valores fora do mercado. Para isso, a gente estuda a logística da turnê do artista, respeitando o princípio da economicidade, o que faz com que o show fique mais em conta. Essas pessoas que criticam por criticar já fizeram parte de grupos políticos que têm história de destruição da cultura, como a destruição do Teatro Trianon, Teatro de Bolso, Jardim do Alah e muito mais. Agora querem desconstruir o que está sendo construído e aprovado pela população.





C24H– E quanto às bandas locais? Algumas críticas são de que há favorecimento de umas em detrimento a outras…

Patrícia – Eu continuo desafiando a quem faz esse tipo de fofoca, para mim isso não é crítica. Quem tiver provas de irregularidade neste sentido, que apresente. Essa semana mesmo os músicos que trabalham de forma profissional (mais de 80) participaram de um abaixo-assinado, publicado em jornal, de apoio a mim. O que é estranho em meio a essa fofoca é que nenhum músico tenha se pronunciado em relação a isso e, por outro lado, estranhos à área cultural venham falando, principalmente do meu marido, que tem 30 anos de profissão nesta área.

C24H – A Câmara Municipal de Vereadores também a questionou sobre esses assuntos?
Patrícia – Oficialmente não. Só uma vez que o vereador Rafael Diniz quis algumas informações, sem prazo para respostas, tipo quantos shows aconteceram no Farol, valores e eventos realizados. Mas todos os shows foram amplamente divulgados há época e valores e eventos estampados no Diário Oficial do Município e no Portal da Transparência. Ou seja, está tudo devidamente registrado. Pior ainda é a falta de respeito nisso tudo. O vereador Marcão, por exemplo, se refere a mim como PC Farias, uma pessoa que tem uma história grave, com começo, meio e um fim trágico. Uma colocação muito infeliz…

C24H – E porque você ainda não compareceu na Câmara?

Patrícia – As decisões do meu grupo são tomadas em consenso e assim como os meus colegas secretários, também irei à Câmara, mas para apresentar os inúmeros programas e projetos desenvolvidos, todos com participação intensa da população. E tenho certeza que aqueles que fazem esse tipo de fofoca, desconhecem. Estarei lá para falar da Superintendente de Igualdade Racial, que inscreveu mais de 2 mil alunos para o Pré Vest, Pré IFF, inglês e espanhol técnico, oficinas de ballet, judô,  violão e teclado. Para falar do Curso Livre de Teatro, oferecido no Museu Histórico de Campos, com participação de mais de 80 jovens. Para falar do plano de trabalho da Companhia de Dança e da Orquestra Sinfônica Municipal, que foi ampliado, onde os alunos receberão figurinos e outros incentivos que auxiliarão no crescimento profissional dos jovens. E muito mais…

C24H– Fugindo da pessoa Patrícia Cordeiro, o que você atribui alguns ataques direcionados à política cultural?

Patrícia – Primeiro, esses ataques a que você se refere, são concentrados e partem de um grupo muito restrito que, volto a dizer, não conhece a política cultural do município e tão pouco prestigia o que acontece aqui. Agora você pergunta a comunidade carnavalesca, por exemplo, o que acha do Campos Folia, uma festa popular que o governo vem profissionalizando. No passado o Carnaval era no Centro da cidade, feito de forma desorganizada, sem acomodação e estrutura, realizado a revelia dos comerciantes que chegaram a pedir as autoridades da época que não mais realizasse a festa ali. Agora as pessoas podem assistir a um belo espetáculo popular, em condições dignas. Isso é respeitar a população…

C24H – Não posso deixar de falar sobre o ex superintendente da Fundação Trianon, João Vicente, que também tem feito críticas a Patrícia Cordeiro e a política cultural…

Patrícia – Eu custo a acreditar que alguém tenha levado a sério tudo o que ele falou. Eu convivi pouco com ele, uma pessoa que dizia que estava desatualizada com as questões administrativas e que ficava mais seguro quando dividia as ações comigo. Sempre me tratou com muito carinho e nunca questionou nada de irregularidade. Inclusive, no episódio da suspensão do espetáculo Bonitinha mais Ordinária, devido a sua pouca frequência no teatro por causa de suas várias atividades, aliada ao despreparo administrativo, fez com que o espetáculo fosse suspenso. A parte burocrática ficou prejudicada, porque faltou documentação, que não foi exigida por ele. Depois, toda a discussão de censura religiosa não passou de bobagem, fruto da própria omissão de João Vicente, que não foi e nem vai a público dizer que errou. Mas no final do ano fizemos a Semana Nelson Rodrigues, inclusive com a peça Vestido de Noiva. Esse é outro desafio que eu faço: Que João Vicente apresente provas documentais de irregularidades. Achar qualquer um pode achar. Até ele.

C24H – Você já respondeu a algum questionamento no Ministério Público?

Patrícia – Sim, com documentos e provas e já recebi informe de arquivamento, por falta de consistência. Aproveito para dizer que me causa estranheza a falta de respeito como o MP é tratado pelas pessoas que apresentam falsas denúncias e, ainda, cobram do órgão como se ele não fosse sério. E, o pior, obrigado a investigar fofocas. Na ânsia de ganhar espaço na mídia, as pessoas acabam perdendo o bom senso.



C24H – Já que a senhora disse que quer ir à Câmara apresentar programas e projetos, pode adiantar os novos?

Patrícia – Estamos para lançar um documentário (com película de cinema) sobre José Cândido de Carvalho, figura que será o homenageado da 8ª Bienal do Livro. Vida e obra do escritor será disponibilizada para pesquisa na rede municipal, nos museus e bibliotecas locais e, também, na Biblioteca Nacional. Dentro da programação da Bienal, anunciaremos a Escola de Cinema e Teatro, a Escola de Carnaval, entre outras novidades. Fora isso, o nosso Arquivo Público Municipal, referência na recuperação de documentos históricos no interior do estado e destaque no Brasil, dará inicio ao trabalho de restauração dos altares de Santo Miguel e Nossa Senhora das Dores, que estavam sob tutela do Museu Histórico Nacional e foram encontrados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em antiquário. O Teatro Trianon abre a temporada este mês e a agenda deste ano será composta de musicais, espetáculos teatrais e dança. Ainda este ano será inaugurado o novo Teatro de Bolso Procópio Ferreira e será aberto para as produções locais, conforme orientação da Prefeita Rosinha Garotinho. Já a Casa de Cultura Antônio Silva vai realizar exposição sobre a vida do poeta que dá nome ao equipamento cultural. Várias atividades também serão desenvolvidas na Casa de Cultura José Cândido de Carvalho, em Goitacazes.

C24H – Para fechar, o que pode falar para essas pessoas que você aponta como caluniadoras?

Patrícia – Eu respondo com trabalho, não tenho tempo para fofocas. Eles que terão que responder e na Justiça, porque estou processando todos por calúnia, difamação e outros. Meu compromisso com o grupo político que atuo sempre foi de trabalho, não é midiático. Eu gosto de gente, aliás, uma característica desse grupo. Serei sempre para o grupo uma pessoa de confiança, com ou sem cargo.

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Postado por Fabiano Venancio


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