Por
causa das tensões cotidianas, o stress, o corre-corre em busca de melhores
salários, o cansaço na condução, o trânsito, a ausência de repouso e outros
fatores da vida moderna, aumenta a cada dia no País, o número de pessoas com
problemas de depressão. E em campos a situação não é diferente. Segundo o
psiquiatra José Danilo Rangel, em cada cinco pessoas, uma é deprimida.
Ele afirma que a depressão é um mal que hoje atinge grande
parte da população brasileira, e que em muitos casos é a grande causadora de
inúmeras doenças psicossomáticas. “Ela se caracteriza por um humor básico
deprimido. O individuo fica angustiado, melancólico, perde o interesse pelas
coisas, pela vida, muitas vezes em questões ligadas a parentes, filhos e
trabalho. Coisas que ele gostava passa a desdenhar, assumindo um comportamento
deprimido, com o pensamento diminuído, fica mais lentificado e com vontade de
se isolar”, explica o psiquiatra.
Danilo Rangel
acredita que atualmente a depressão é a doença do século. E um assunto segundo
ele, que vem sendo discutido pela Organização Mundial de Saúde e pela
Associação Brasileira de Psiquiatria. “Chegamos à conclusão que é muito difícil
em um grupo de pessoas, por menor que seja uma delas não ter tido depressão ou
a estar vivenciando no momento. Isso quer dizer não só em termos estatísticos,
mas em vista das transformações de nossa época, que a depressão pode ser
considerada realmente a doença do século”.
A luta
diária e a busca da melhoria de condições de vida são as causas principais da
depressão. O indivíduo já começa a competir quando sai de casa, já sai
preocupado com as despesas, quando entra no carro já leva uma buzinada no
ouvido, enfim são fatores estressantes que causam esgotamento psíquico e que
podem levar a depressão. Não existe uma faixa etária definida para o problema.
No caso das psicoses depressivas, geralmente as primeiras crises e os primeiros
episódios, começam na adolescência e acompanham o indivíduo por toda sua vida.
DEPRESSÕES – As depressões se apresentam de
várias maneiras: existem as adquiridas, endógenas, intrapsíquica, neuróticas,
reativas, existenciais, circunstanciais e a própria depressão vinda do stress.
São depressões que variam da maneira em que incidem nos pacientes. Nos casos
das depressões profundas em que o indivíduo se sente perdido, não vê maneiras
de sair daquilo, a depressão age com violência podendo levar o indivíduo ao
suicídio. Nessa hora, diz o psiquiatra Danilo Rangel, a auto-estima da pessoa
está praticamente à zero, e ela entende que a única maneira de acabar com o
sofrimento é acabando com a vida. Para ela não existe luz no fim do túnel.
Há casos em que a prática do suicídio acontece com
indivíduos acometidos de depressão esquizofrênica, ou seja, ele está com seu
juízo de realidade alterado. Por isso, é importante, na opinião do psiquiatra,
a pessoa que apresenta problemas desse tipo procurar logo um médico para fazer,
além do tratamento medicamentoso, uma psicoterapia. O tratamento leva a pessoa
entender mais o seu problema e superá-lo. Nesse caso de depressão, a incidência
do homem e da mulher é a mesma.
-As depressões têm uma gama variada de situações e de
maneira que incide no individuo. Uma depressão neurótica, por exemplo, pode
atingir duas pessoas de maneira totalmente diferente. “A sintomatologia leva a
entender que é uma depressão neurótica, mas a reação é muito própria. Existem
tratamentos dentro da psicanálise que tentam curar depressões mais profundas
apenas pela análise do indivíduo, o que em minha opinião é um erro grave,
porque nas depressões mais profundas é necessário que haja um acompanhamento
medicamentoso para que se processe uma alteração intrapsíquica no individuo a
nível neuronal. Em outras palavras, há uma produção de enzima em excesso,
causando este fato depressivo. Então o tratamento para as depressões mais
graves deve ser associado a uma psicoterapia no individuo junto com os
medicamentos. Assim o sucesso garantido é mais rápido.
Apesar de ser um problema que para muitos parece não ter
solução, existe cura para a depressão, garante o médico José Danilo Rangel. A
cura é mais fácil nos indivíduos que tenham episódios depressivos, que não
voltam a repetir. Existem pessoas que tratando a depressão de maneira correta,
conseguem aumentar os espaços entre episódios. Nos casos mais graves, em que a
depressão é uma constante, o tratamento é mais longo, para que o paciente
consiga pelo menos a nível social levar ma vida normal.
Durante o tratamento, lembra o médico, é preciso que as
pessoas com depressão entendam o seu problema, o motivo, a causa e o fator
desencadeante da depressão. Na medida em que o individuo conheça a causa de seu
problema a cura se torna mais fácil.
Outros sintomas da depressão:
· Falta de vontade de realizar uma determinada tarefa que progressivamente se alastra ou pode alastrar a muitas outras atividades.
· Perda de vontade de fazer seja o que for. Desiste da vida e de lutar por ela e pelas coisas.
· Vontade de ficar só. Afasta-se de tudo e todos.
· Não querer ouvir barulhos ou querer musica ou barulhos em altos berros (pois é uma forma de se alhear e afastar do que se passa à sua volta).
· Abusar de medicamentos, álcool ou drogas.(Costumam ser meios para se afastar e alhear do que se passa à sua volta).
· Medo de executar determinada tarefa; ou medo do que possa acontecer se falhar. Vive obcecada com a sua incapacidade ou com o que possa acontecer a outrem se ela falhar.
· Dores de cabeça, uma grande tensão ou desconforto a nível das costas, ombros ou cabeça ou pode mesmo ter dores ou desconfortos a nível lombar ou cintura.
· Não se sente bem em lado nenhum.
· Sente-se triste e abatida sem conseguir encontrar algo que a anime ou que lhe consiga despertar interesse.
· Tem maus resultados escolares, incapacidade de se concentrar ou irrita-se facilmente.
· Desleixa-se com o vestir ou com a sua apresentação. Isso deixou de lhe interessar.
Por Márcia Lemos
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