A sessão
legislativa de ontem foi pautada pelo discurso em tom de resposta do presidente
da Câmara de Campos, vereador Nelson
Nahim (PPL). O vereador ocupou a tribuna para comunicar que não via
alternativa possível; face às ofensas feitas pelo seu irmão, o deputado federal
Anthony Garotinho (PR), no programa de rádio do último sábado, estava disposto
a recorrer à justiça.
— Tem hora que as pessoas serenas perdem a paciência. Fui por ele chamado de quadrilheiro no programa de rádio de sábado passado. Aliás, esses programas dele deveriam se chamar: ‘sábados da barbárie’ — desabafou Nahim.
A vereadora de oposição Odisséia Carvalho (PT) lembrou de um processo envolvendo Garotinho que transitou na 4ª Vara Federal de Criminal do Rio de Janeiro. “Na peça, o Juiz Federal Marcelo Leonardo Tavares, relacionou o nome do deputado, como incurso nas penas do crime tipificado no art. 288, parágrafo único, do Código Penal, ou seja, formação de quadrilha armada. Sabemos que quem fez a desarmonia da família não foi Nahim e sim Garotinho. Entre Abel e Caim você não é Caim”, frisou Odisseia.
Na ausência do líder do Governo, o vereador Jorge Magal (PR), os vereadores da base aliada utilizaram, um a um, o microfone na tentativa de conter o clima de animosidade dominante na sessão. Como parlamentar mais antigo, o vereador Altamir Bárbara (PSB), se adiantou e pediu prudência. “Falo como alguém que já viu muito. O mundo inteiro hoje assiste pela internet a um duelo entre dois irmãos que por tanto tempo estiveram juntos. É lamentável”, falou Altamir. Recorrendo ao poder de reconciliação exclusivo de Deus, o vereador Vieira Reis (PRB), avisou que em respeito à família jamais se envolveria na briga dos dois irmãos. Já no aspecto político afirmou:
— Cada um faz política de seu jeito. Da próxima vez, vou sugerir ao Garotinho que cite os nomes dos quadrilheiros, nomine um a um em seu programa para que não restem dúvidas. Com relação à acusação que a colega Odisseia trouxe eu também me pergunto: que quadrilha armada é essa do Garotinho que não assalta carro, não assalta banco, que quadrilha é essa então? — indagou o vereador Vieira Reis em seu discurso.
Condenação por formação de quadrilha
No último sábado o deputado federal Anthony Garotinho (PR) disse que a população de Campos poderia optar entre votar na família ou na quadrilha.Ontem, durante a sessão, a vereadora Odisséia lembrou que o Garotinho foi condenado, em 2010, a dois anos e meio de prisão pela 4ª Vara Federal Criminal, sob a acusação de formação de quadrilha, em decisão convertida em prestação de serviços e suspensão de direitos. Além de Garotinho, foram condenados o ex-deputado estadual Álvaro Lins e outros sete acusados no mesmo processo. Todos os réus podem apelar da decisão em liberdade.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o processo resultou da continuação de apurações da operação Gladiador, desencadeada pelo MPF e Polícia Federal, da quebra de sigilo fiscal de Álvaro Lins e de investigações posteriores de documentos colhidos pela PF.
Fonte Folha da Manhã
ATUALIZAÇÃO - NESTA QUARTA-FEIRA NÃO HOUVE SESSÃO POR FALTA DE QUÓRUM.
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