ENTREVISTA
COM MARCÃO GOMES, Presidente da Câmara de Vereadores
Embora a Justiça Eleitoral não tenha prazo específico para concluir o
julgamento de processos e recursos que chegam ao órgão, especialmente os
relativos ao último pleito, a expectativa é de que, no máximo, dentro de três
meses (outubro) todos os trabalhos sejam julgados em última instância. Essa é,
também, a expectativa do presidente da Câmara de Vereadores de Campos, Marcão
Gomes (Rede), no que diz respeito à “dança das cadeiras” do Legislativo
local, iniciada em janeiro deste ano em função de inúmeros vereadores eleitos
e, também, suplentes, supostamente envolvidos na operação denominada pela PF
como “Chequinho”, de compra de votos através do benefício social
Cheque Cidadão.
Sobre o possível prazo de conclusão dos trabalhos no TSE, o presidente da
Câmara cita o ministro Herman Bejamin que, no último julgamento da chapa
Dilma-Temer, disse que o que se objetiva na Justiça Eleitoral é que, até um ano
após o pleito, todos os processos sejam julgados, até mesmo para trazer mais
segurança jurídica às Casas Legislativas e ao Poder Executivo. Marcão afirma
que, embora a “dança das cadeiras” não tenha afetado a realização das sessões
ordinárias da Casa, provocou um desgaste financeiro em função de pagamento de
indenizações aos assessores nomeados pelos vereadores que entraram e acabaram
saindo por força judicial, levando em conta que esse pagamento é previsto na
legislação em vigor. Com isso foi gerado um custo de cerca de R$ 232 mil ao
Poder Legislativo.
Tudo isso, afirma Marcão, acrescido de um orçamento “errado e equivocado”
encaminhado ano passado à Casa, pela então prefeita Rosinha Garotinho, para
este ano. Segundo Marcão, no início do governo Rafael Diniz foram refeitas as
contas, sendo constatado deficit de R$ 3 milhões no repasse de receitas para o
Legislativo em 2017. “Lembrando que deste total são pagas a folha de pessoal,
folha de servidores concursados, folha de comissionados e folha dos 25
vereadores, que consomem cerca de R$ 25 milhões dos R$ 28 milhões previstos
para esse ano”, explica Marcão.
Comissão Parlamentar
de Inquérito (CPI) – A Câmara de Campos instaurou duas CPIs, das Rosas e
da Odebrecht, com prazo de 180 dias, a contar a partir da sua abertura, para
apresentação de relatório, podendo este, caso necessário, ser prorrogado por
mais 90 dias. “Uma CPI não tem poder de condenar as pessoas, mas de apurar
verdades. E essas verdades serão enviadas através de relatórios ao Poder
Judiciário, ao Ministério Público, enfim, as polícias de investigação para as
medidas cabíveis. E se for o caso, ressarcir o dinheiro que foi desviado do
povo, para os cofres do município”, finaliza o presidente da Câmara.
Campos 24 Horas
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