Concurso vai suprir a necessidade da rede, em função das licenças médicas concedidas. Secretaria informa que são cerca de seis mil afastamentos por mês
CHRISTINA
NASCIMENTO E STEPHANIE TONDO
Rio - Mesmo com três concursos em andamento —
de 2009, 2011 e 2013 —,
o governo do estado abriu processo seletivo
simplificado para contratar
até 2.447 professores temporários. O edital foi
publicado no Diário Oficial
de ontem, mesmo dia em que começaram as aulas nas
escolas da rede.
A Secretaria Estadual de Educação alega que
trata-se apenas de garantia
para casos emergenciais, já que o número de
licenças é alto na categoria:
seis mil por mês, cerca de 200 por dia. Não
haverá prova no concurso.
O salário é de R$ 16,90 por cada hora de aula, sem
benefícios.
O processo, em etapa única, consiste na
avaliação de títulos e experiência.
São até 100 vagas para os anos inicias do
Ensino Fundamental. Outras
2.347 para os anos finais dos ensinos Fundamental,
Médio e Profissional,
sendo 1.347 com carga horária de 16 horas e mil para 30
horas.As
vagas são para todas as 92 cidades do estado. Atualmente, existem
1.700 docentes temporários na secretaria, o que representa 3,5% dos
professores
da rede.
Segundo a secretaria, desde 2007 já entraram 54 mil professores concursados na rede estad
As inscrições podem ser feitas no site www.rj.gov.br/web/seeduc .
Lá, o interessado deve preencher uma ficha onde vai indicar o tipo
de vaga, o município, a disciplina e a regional a que deseja concorrer,
além de informar dados do currículo.
Após esta etapa, o candidato deve comparecer a uma Coordenação
de Gestão de Pessoas da Regional ou a um Polo de Inspeção Escolar
com o comprovante de inscrição e os documentos que atestam as
informações dadas no site. O professor poderá optar por concorrer
ao regime de cota — negro, índio ou portador de deficiência.
Para lecionar nos anos iniciais do Ensino Fundamental é
necessário ter licenciatura em Pedagogia ou curso do Ensino
Médio Normal. Para dar aula nas séries finais dos ensinos
Fundamental, Médio e Profissional , o candidato deve ter
licenciatura plena na disciplina a que vai concorrer. Já
para regência de turmas de Educação Profissional de
Nível Técnico, é necessário possuir licenciatura ou
curso superior com complementação pedagógica na área
de atuação.
A validade do concurso é de um ano, podendo ser prorrogado
pelo mesmo período. Segundo a Secretaria de Educação,
os aprovados em um dos três concursos em andamento
podem participar da seleção. “As convocações estão ocorrendo.
Os temporários são para onde não se consegue suprir a licença.
Já entraram, desde 2007, 54 mil professores concursados
na rede estadual”, afirmou a secretaria, em nota.
Sindicato alega que alto número de afastamentos é causado
por estresse
Coordenadora do Sindicato dos Profissionais da Educação (Sepe),
Marta Moraes afirmou que há uma carência crônica de professores
na rede. “O estado sempre faz concursos com vagas aquém da
necessidade e nunca chama todos os aprovados”, argumenta.
Para ela, o salário baixo é outro fator que influencia o alto índice
de evasão desses profissionais.
O ideal, segundo Marta, seria convocar os candidatos classificados
nas seleções anteriores. “O problema dos temporários é que fere
a continuidade do trabalho, o que na Educação é muito importante”,
avalia.
Com relação à justificativa da secretaria de que os temporários seriam
contratados para substituir professores de licença, a sindicalista alega
que esse fato é causado pelas más condições de trabalho. “Há muitas
pessoas pedindo licença médica por problemas psicológicos e emocionais,
além do desgaste do dia-a-dia”, diz.
De acordo com o advogado Sérgio Camargo, os aprovados em
concursos anteriores podem recorrer à Justiça para serem
contratados antes dos temporários. “A jurisprudência tem se
encaminhado nesse sentido”, conta ele, afirmando que as
áreas de Saúde e Educação são as que mais terceirizam no país.
FONTE: O DIA
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