Ao assinar a adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que vai garantir um empréstimo de R$ 3,5 bilhões ao Rio de Janeiro, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) deixa dúvidas se o montante será suficiente para cumprir as metas.


Uma expressão usada por Pezão alerta os servidores, que já enfrentam sucessivos atrasos no pagamento: “Vamos ter ainda muitas dificuldades, mas vamos ter mais previsibilidade”.
O que Pezão deixa evidente é que o recurso da União pode não ser suficiente para pagar em dia.
O clima de insegurança vem gerando críticas entre os servidores, especialmente da área de Segurança, onde existem indícios de desvio de finalidade com algumas verbas liberadas pela União durante as Olimpíadas do ano passado.
VERBA DAS OLIMPÍADAS
Uma fonte ligada ao comando militar lembra que somente uma parte dos recursos enviados pelo governo federal no ano passado, a partir do plano de socorro ao estado tendo como meta a Segurança na Olimpíada, foi usada no pagamento de uma parcela do RAS (Regime Adicional de Serviço). Boa parte da verba não teve como objeto os salários atrasados dos militares ou a melhoria das condições de trabalho, o que aumentou a pressão no setor.
“A quantia enviada pela União dava tranquilamente para colocar em dia os salários dos servidores da segurança. Mas isso não foi feito”, diz a fonte.
Na época, a União liberou R$ 2,9 bilhões para o governo estadual. Dados do Portal da Transparência do Governo do Rio mostram que há poucos meses ainda sobrava cifras deste montante.
No ano passado, logo após a liberação do recurso, o governo do Rio utilizou a verba para custear o transporte e refeições para presidiários. Segundo os dados oficiais, R$ 44 milhões foram destinados ao fornecimento de quentinhas para o Sistema Prisional.
No início de junho deste ano, o empresário Marco Antônio de Luca foi preso na operação Ratatouile, da Polícia Federal. A ordem de prisão foi expedida pelo juiz Marcelo Brêtas, da 7ª Vara Federal Criminal. Luca é um dos sócios do grupo empresarial familiar Masan e Milano, um dos principais fornecedores de refeições para órgãos do poder estadual, inclusive a Administração Penitenciária.

Fonte: Viu