terça-feira, 4 de dezembro de 2018

PF tenta achar dinheiro de Pezão





Fernando Frazão/Agência Brasil












A Polícia Federal e a Receita Federal tentam encontrar parte dos recursos que teriam sido desviados pelo suposto esquema de corrupção comandado pelo governador Luiz Fernando Pezão (MDB). A análise de duas contas bancárias mostra que ele quase não sacava dinheiro delas. Investigadores dizem que isso leva a crer que ele usava recursos financeiros de contas de terceiros ou que tenha muito dinheiro vivo guardado. A defesa do governador, que foi preso semana passada, entrou, na tarde dessa segunda-feira (3), com um pedido de liberdade no Supremo Tribunal Federal (STF). Também nesta segunda-feira, o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) foi condenado a mais 14 anos e cinco meses de prisão. Somadas, as sentenças de Sérgio Cabral já chegam a quase dois séculos.
Pezão foi preso na última quinta-feira (29) no Palácio Laranjeiras, residência oficial do chefe do Executivo estadual. Ele está na Unidade Prisional da Polícia Militar em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.A Justiça derrubou neste fim de semana o sigilo do pedido de prisão do governador.
Novas revelações levantam mais indícios contra o governador do Rio. O doleiro Álvaro Novis, delator da Lava Jato, disse que entregou dinheiro para um assessor de Pezão, segundo o Ministério Público Federal (MPF). Em depoimento, ele disse que entregou dinheiro diretamente nas mãos de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho, que trabalhava com Pezão e também está preso.
Para tentar provar o que contou na Justiça, Álvaro Novis entregou gravações das conversas entre um funcionário da corretora de valores dele e Luizinho, o assessor de Pezão. Em ligações, o funcionário diz a Luizinho que tem uma “documentação” para entregar. Segundo a investigação, este é o nome ao qual se referiam para falar sobre o dinheiro da propina.
Nas planilhas de Novis, o governador é chamado de “Pé”, “Pé-grande”, “Big Foot” e “Pezonne”. Ao lado dos codinomes, há valores entre R$ 50 mil e R$ 3 milhões. Segundo o MPF, há provas documentais do pagamento em espécie a Pezão de quase R$ 40 milhões, em valores de hoje, entre 2007 e 2015.
Flávio Mirza, advogado do governador, nega as acusações. “Ele não tem nenhuma movimentação vultosa ou sinais de riqueza porque ele não tem riqueza. Ele tem um patrimônio modesto, compatível com os 36 anos de vida pública dele”, afirmou.
Em nota, o advogado de Luiz Carlos Vidal Barroso, o Luizinho, que também está preso, diz que seu cliente “nunca foi destinatário ou portador de propinas para o governador Pezão”.
STF - O relator do pedido da defesa de Pezão no STF, que está em segredo de justiça, é o ministro Alexandre de Moraes. Ele ficou com a relatoria porque, mais cedo, foi sorteado relator de pedidos de liberdade de Cláudio Fernandes Vidal e Luiz Alberto Gomes Gonçalves, também presos na Operação Boca de Lobo, a mesma que prendeu o governador.
Sentença - O ex-governador Sérgio Cabral foi mais uma vez condenado na 7ª Vara Federal Criminal. Cabral e outros réus foram condenados com base em denúncia apresentada no início de junho pelo MPF. O texto citava pagamento de R$ 1,7 milhão em propina.

Fonte: Folha da Manhã

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