quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Furto de placas na passarela da RJ 216 deixa população em risco



Furto de placas em passarela
Furto de placas em passarela / Rodrigo Silveira
Há sete anos a população do Parque Imperial assiste à deterioração, quase que diária, do próprio patrimônio. Agora, para quem precisa se arriscar, ou busca caminhos mais longos para cruzar a RJ 216. Com 57 metros de corpo e 8 de altura, a passarela sofreu verdadeiro arrastão em 2019. Um terço dos seus 250 metros das placas de alumínio antiderrapantes foram furtadas. Nem mesmo a prisão em flagrante de um homem coibiu a ação. Os moradores reconhecem que a ação é de pessoas das proximidades, mas cobram soluções do poder público. Em nota, a Prefeitura disse que vai acionar o Departamento de Estradas de Rodagens (DER-RJ) que, por sua vez, destacou que a rodovia é Estadual, mas a obra da passarela é da Prefeitura.
O morador Elton Barreto, de 66 anos, 20 deles no bairro, observa o descaso da população para com o bem público:
— É o Brasil; o povo reclama daquilo que não tem, mas quando tem não valoriza — desabafou.
A prefeitura também é cobrada, embora os moradores reconheçam os furtos que ocorreram em maio e dezembro de 2019, ano que um homem de 34 anos foi preso em flagrante com algumas das placas, em dezembro. “A própria população está destruindo. Mas, isso não exclui a necessidade de cobrar do poder público a conservação e maior vigilância do local”, argumentou Crenilda Rodrigues da Silva, técnica de secretaria escolar e moradora do bairro há 27 anos.
Em meio ao desmonte do bem público, o jogo de ‘empurra-empurra’ do setor público prevalece. Em nota, a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana informou que irá manter novo contato com o DER-RJ, para que providências sejam tomadas.
O órgão estadual, por sua vez, ressalta que, “apesar de estar localizada na malha viária estadual, a passarela foi instalada pela prefeitura,” e destaca que a Prefeitura é responsável pela manutenção e conservação.
A existência do furto é inegável, mas quem se aventura, assumindo os riscos de uma queda da estrutura sem piso, se depara em descasos. Em diversas partes do corrimão há presença de ferrugem e metal deteriorado, com pontas, que trazem riscos. “Isso é uma passagem que deveria prover bem estar para os moradores, para a comunidade toda”, lamenta o morador, Elton Barreto.
Além da ganância, pecado capital de quem rouba o bem público, dona Crenilda Rodrigues aponta ainda a irresponsabilidade de quem precisa atravessar a rodovia. “As pessoas preferem se arriscar na pista. Essa RJ 216 é uma rodovia perigosa porque tem tráfego de carros grandes e em alta velocidade, mas o povo tem preguiça de dar a volta”, contou.
A equipe da Folha da Manhã se deparou com duas mulheres se arriscando para poupar tempo e atravessando as pistas. Indagadas sobre a urgência, uma delas, na pressa, gritou que precisava ver o filho, sem parar ou olhar para trás. O fato ocorreu em baixo da passarela, que se estivesse em condições, claramente teria sido utilizada sem oferecer risco as moradoras.
Para motorista Carlos Roberto Silva, esposo de Crenilda, se a passarela estivesse em condições, estaria sendo usada. “É uma obra que poderia ser útil e não está tendo utilidade. Quem quer atravessar e poupar tempo acaba tendo que pular o muro, as pessoas só não usam a passarela porque não tem como. Dinheiro dos nossos impostos jogado no ralo.”

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