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ATENÇÃO! CAROS AMIGOS, LEIAM COM ATENÇÃO, CURTAM E COMPARTILHEM! ESTOU
SENDO PERSEGUIDO (TRANSFERIDO DE UNIDADE) POR DENUNCIAR MAZELAS DO ESTADO,
FALTA DE ESTRUTURA NO CENSE-CAMPOS.
Como muitos dos meus amigos sabem, eu sou agente socioeducativo do
DEGASE, lotado no CENSE-CAMPOS. Tomei posse e fui direto pra essa unidade, onde
estou há 1 ano e 2 meses, trabalhando em plantões ininterruptos, com exceção de
1 dia que fiquei internado em decorrência de uma crise renal repentina. Fora isso,
já trabalhei com crise de hérnia de disco, sinusite e até febre alta, tudo em
prol do bom andamento do serviço. Parabéns para mim!
Essa unidade, talvez poucos saibam, fica no alto de um morro próximo à RJ-158,
no meio do mato, em um local totalmente isolado do ambiente urbano. Um lugar
infestado de marimbondos cobras, aranhas e baratas, que, rotineiramente,
visitam nossos módulos. Lá não temos sinal de TV ou de celular, não temos água
tratada, não há vento e a umidade do ar é baixíssima. Enfim, estamos num lugar
que poucos gostariam de estar, isso sem entrar na questão dos riscos da
profissão, como fugas, ameaças de morte, tentativas de agressão, resgates,
rebeliões (dei apoio aos agentes em 2) e falsas denúncias de maus-tratos. Mas
mesmo com tantos percalços, é um lugar que gosto e me adaptei, tanto é que
viajo cerca de 20 km para trabalhar, quando poderia estar num CRIAAD a menos de
200 metros da minha casa. OK.
Se a situação não está boa para o agente socioeducativo, muito pior está para o
socieducando (adolescente que cumpre medida socioeducativa). Não que eu defenda
que lá deveria ser um hotel cinco estrelas para infratores, no entanto, para
quem tem a obrigação de fazer uma hipotética socioeducação, as condições estão
muito aquém de proporcionar tal coisa. Alojamentos com capacidade para 3
adolescentes, alguns têm 10,12, amontoados num ambiente encharcado, cheio de
mosquitos, quente e com enorme variedade de doenças (e o agente não tem direito
a receber por insalubridade). A unidade comporta 80 adolescente, mas, hoje, tem
mais de 210. A alimentação foi reduzida. Muitos medicamentos estão em falta.
Médico e dentista de plantão não há na unidade. Sabonete é escasso na unidade
(um sabonete é cortado em 16 pedaços) e vale ouro. Atendimento psicológico, raramente
o adolescente tem. Essas coisas fazem com que trabalhemos no limite do stress.
O garoto se revolta, xinga, ameaça, quer “bicar a chapa”, quer agredir o colega
de alojamento, enfim, é um caos que nós temos de gerenciar. Tudo isso que aqui
falo pode ser comprovado com uma visita no local, não são factóides.
Se não bastasse tudo isso, recentemente, eis a crise. Viaturas sucateadas
(inclusive quase morri em um acidente por conta de pneus carecas) e sem
manutenção, e abastecimento de combustível suspenso (audiências tiveram de ser
canceladas nessa última semana). Forçadamente, também aderimos à dieta do
arroz, feijão e salsicha picada, quando não degustamos ovo cozido ou carne
moída. Nossos alojamentos? Claro que temos! Todos são mobiliados com colchões usados
e doados, aqueles que possuem manchões pretos, e que ficam devidamente
espalhados pelo chão, já que não temos camas. Situação humilhante para um
servidor público. Ah, lembro também que não recebemos nosso 13º salário nem
aumento de nossos salários (já defasadíssimo), e para piorar, tivemos nossa
data de pagamento alterada. Em particular, fiquei sem receber algumas diárias
de viagem. OK.
Tudo isso que relatei até agora, gostaria que vocês soubessem que, de alguma
forma, desde meu primeiro dia na unidade, tentei resolver de alguma forma. Por
ser ex-bombeiro militar, ex-guarda municipal (tenho contatos em várias
secretarias municipais) e ter muitos amigos que me ajudam, consegui muita coisa
em prol da unidade e também fiz várias propostas de parcerias com o DEGASE.
Contudo, nenhuma dessas parcerias foram implementadas, sabe-se lá os porquês.
Cito aqui algumas que, talvez, muitos amigos do próprio DEGASE não saibam:
- implantação de uma horta a ser mantida por adolescentes (Secretaria
Municipal de Agricultura);
- combate a insetos e animais peçonhentos (Centro de Controle de Zoonoses);
- abastecimento de água (Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro);
- apoio policial nos dias de visita (Guarda Municipal de Campos dos Goytacazes
e BPRv);
- atendimento odontológico, médico e psiquiátrico (PU da Saldanha Marinho);
- treinamento de intervenção em casos de rebelião (SEAP, Exército e Guarda
Civil Municipal de Campos dos Goytacazes).
Enfim, poderia citar muitos outros projetos, mas não quero parecer
político em campanha. Só lamento que, por várias vezes, expus esse nosso drama
para diferentes diretores, informalmente, mas nada foi feito. O Sindicato teve
ciência e visitou a unidade, também denunciou as mazelas, mas tudo ficou
inerte. Aliás, depois dessa visita do Sindicato, quando eu insinuava em levar
tais problemas ao Ministério Público, Juizado da Infância e da Juventude,
Conselho Tutelar ou uma dessas Comissões de Direitos Humanos, era alertado por
alguns amigos, que caso eu assim procedesse, seria “bicado” (essa foi a
expressão) da unidade, como outros foram, pois a direção não gostava de levar
“problemas para o Rio”. Aí está o ápice dessa narrativa e onde queria chegar.
Depois de muita relutância e para não cair numa omissão, há alguns dias, enviei
um e-mail para o diretor-geral do NOVO DEGASE, Sr. Coronel Alexandre Azevedo,
onde relacionei os problemas de segurança da unidade, como guaritas vazias,
telas rasgadas, iluminação precária, acesso à unidade sem apresentação de
documento de identidade e outras coisas. Coisas que comprometiam a segurança da
unidade, colocando em risco a vida dos servidores e dos adolescentes em
cumprimento de medida socioeducativa. Nada desrespeitoso, nada em anonimato.
Usei meu e-mail pessoal, coloquei meu nome completo e ID funcional, além de
telefone para contato, além de me colocar à disposição para ajudar de alguma
forma que possível.
Logo após o envio desse e-mail, notei que “forças ocultas” (parafraseando Jânio
Quadros) me sacaneavam, de forma bem velada. Fofocas, mentiras, deturpações de
fatos, excesso de cobrança, enfim, aquelas coisas que fazem parte do jogo sujo
dos incompetentes e covardes. Pessoas que não conseguem nada por mérito, e
precisam denegrir a imagem dos outros, “furar olho”. Conseguem por nepotismo,
jamais por meritocracia!
Depois de muito fazer e muito esperar, eis que, ontem, às 14:58h, recebo uma
ligação do RH da minha unidade. A agente administrativa se resumiu em falar que
era para eu me apresentar à CSINT (Coordenação de Segurança e Inteligência), na
segunda-feira, lá no Rio de Janeiro, pois eu havia sido transferido. Como
assim? O que fiz de errado? Ela não soube dizer o motivo, a unidade para qual
fui transferido e nem quem pediu minha transferência. Parabéns pra mim!
Ontem mesmo, por telefone, tive contato com um dos meus diretores, e ficou
subentendido que o motivo da minha transferência pode ser o envio do meu e-mail
ao diretor-geral do DEGASE. Isso mesmo! Enviar um e-mail relatando problemas
graves de segurança da unidade e propor melhorias, esse foi meu crime, meu
desrespeito, minha quebra de hierarquia.
Agora, faço algumas indagações a respeito disso:
- Seria falta grave expor problemas da unidade para o Diretor-Geral do
DEGASE?
- Seria falta grave propor idéias e soluções?
- Seria falta grave discordar de colocações de outros servidores?
- Se fiz concurso para Campos e trabalho numa unidade há 1 ano e 2 meses, de
forma eficiente e sem responder a um inquérito no Ministério Público ou
processo administrativo, por que ser transferido?
- Se estou endividado, sem 13º salário, sem aumento e o próprio Estado está
falido, por que sou obrigado a ir, com recursos próprios, ao Rio de Janeiro?
São 4 horas de viagem, 265 km e quase 300 reais gastos com alimentação e
passagens!
- Por que serei transferido de unidade, se a mesma está com déficit de pessoal
e estará recebendo novos concursados em breve?
- Por que não tive o direito de saber o real motivo da minha transferência?
- Por que não fui chamado pela direção do CENSE-CAMPOS para, antes de qualquer
transferência, saber minha versão de algum fato apresentado por quem quer que
seja?
Esse tipo de comportamento que me enoja. Meros servidores públicos
estaduais, como eu (somos agentes socioeducativos), que ao chegarem numa
coordenação ou direção, se acham semideuses. Acham que um órgão público é a
extensão do quintal da casa deles. Ali é o reino deles e todos são seus
súditos. Abusam do poder como se nada pudessem impedi-los.
Finalmente concluo aqui minhas explanações. Não tenho condições financeiras de
me deslocar até o Rio de Janeiro, e mesmo se tivesse, não iria. Por que o
diretor não me apresenta os fatos, apresento minha defesa aqui, por escrito, e
depois encaminha para a CSINT ou Corregedoria? Porque a intenção é sacanear! A
questão é mostrar quem manda
.
Espero que providências sejam tomadas em breve, pois é inadmissível que o
Estado compactue com atos arbitrários e covardes. Quem me conhece sabe que nada
me calará e que nem abaixarei minha cabeça para qualquer injustiça. Vou
recorrer de todas as formas. Saio da unidade, sim, quando provarem que fiz algo
errado ou quando eu quiser ir para outra unidade, não porque eles querem.
O dinheiro é público, o Estado somos nós, e não podemos nos render aos
desmandos.
Por favor, compartilhem!
OBS: Marco nessa publicação políticos das mais diversas linhas de
pensamento (inclusive alguns que não compartilho de suas ideologias), imprensa
escrita e televisionada do Estado do RJ, jornalistas e alguns órgãos públicos
competentes. Infelizmente, tenho de recorrer a esse tipo de estratégia, pois
estou sendo vítima de censura no serviço público. Querem que eu veja
irregularidades e me cale, que eu compactue, que eu não questione. Não serei
esse covarde. Obrigado a todos. Deus nos abençoe!
NÃO ME DEIXARAM ENTRAR
Eis-me aqui! Hoje acordei 05:00h, arrumei a bolsa e fui pro CENSE, assumir meu plantão de 24 horas. Viajei exatos 20 km até lá, para ser impedido de entrar na unidade. Aleguei que queria conversar com a direção (não havia diretores na unidade), tomar ciência do motivo que acarretou minha transferência, apresentar meu contraditório e, se não fosse justificável minhas alegações, receber, por escrito, minha apresentação à CSINT. Afinal de contas, estamos falando de um ato administrativo, e este tem que ser formalizado, não apenas verbal. Não adiantou. Como não disponho de reserva financeira para ir à capital, amanhã, pelo menos, queria entrar na unidade para cumprir minha carga horária e adiar minha possível ida para depois do pagamento, quando estarei com dinheiro.
Não adiantou. Soube por amigos, que pessoas mal-intencionadas estão espalhando mentiras, dizendo que xinguei diretores e coordenadores, que descobriram que sou aliado de uma determinada facção e outras baboseiras, por isso estaria sendo transferido. Queria entrar na unidade para me defender e contar para os colegas o que realmente houve. Não adiantou. Resumindo: depois de 1 ano e 2 meses trabalhando num lugar, fui impedido de entrar na unidade, mesmo estando uniformizado e com crachá de identificação. Por telefone, um dos diretores informou ao coordenador que eu não estava autorizado a entrar na unidade. Absurdo! Pensar que nesta mesma unidade, familiares de funcionários terceirizados e de servidores entram, livremente, sem apresentar qualquer identidade pessoal, inclusive com carros. Que país é esse?!